Bebê imaginado x bebê real: relação e diferença para o auxílio as mães

Escola da Parentalidade

As expectativas da gestação nem sempre são correspondidas após o nascimento do bebê, e pode haver frustrações quanto ao bebê real, que não se encaixa com o bebê imaginado. Leia mais sobre o assunto para entender como apoiar as mães que passam pelo seu dia a dia profissional.

As expectativas são inevitáveis

Como toda espera, a expectativa é inevitável. E quanto mais tempo, mais expectativa. A mulher, quando se descobre grávida, tem em torno de oito meses para aguardar o nascimento de seu filho, e ela o imagina de diversas formas.

Geralmente o bebê imaginário não chora o dia todo, é uma criança tranquila e sorridente, que só se manifesta pelo choro quando deseja mamar ou precisa que suas fraldas sejam trocadas.

A mulher se imagina plena e feliz com a maternidade, satisfeita e realizada.

Bebê imaginado x real: choque de realidade 

Acontece que o bebê imaginário geralmente entra em choque com o bebê real. A mulher não tem mais tempo para nada, ela precisa se dedicar integralmente ao bebê, que chora o dia todo e não se parece em nada com o filho idealizado.

Para piorar, ela ainda precisa se adaptar aos seus novos papéis, deve aprender a ser mãe, a cuidar de um ser que depende totalmente dela. E as frustrações são frequentes.

Como apoiar as mães

Você tem papel fundamental no apoio de mães, e ele é possível pela sua função na parentalidade. Portanto, tem essencial importância e pode auxiliar as mulheres na relação e transformação do bebê imaginado no bebê real.

Sugerimos que você converse com a mãe sobre a situação, informando-a que esse estranhamento é natural, e que tudo bem ela não amar seu filho imediatamente.

Afinal, o amor é algo criado pelo dia a dia, em nossos relacionamentos construídos.

À medida que os dias vão passando e ambos vão se conhecendo, a sensação de estranhamento diminui, e a realização de tarefas colabora para a normalidade da situação.

Assim, a cada mamada, troca de fraldas ou banho tomado, a mãe vai reconhecendo seu filho naquele ser, o bebê real, e vai se despedindo do bebê imaginado da gestação.

Também indicamos falar para as mães que está tudo bem sobre a sensação de insegurança com o bebê real, e que conforme o tempo vai passando, ela também vai se sentindo mais confiante com ele, e em seu papel de mãe.

É importante que as mães estejam esclarecidas sobre essas situações, porque muitas se sentem culpadas, e possuem diversos sentimentos negativos pairando sobre si, porque não amam seus filhos imediatamente, já que eles não correspondem ao que foi esperado, idealizado.

Indicamos explicar a elas que toda mudança envolve perdas e ganhos, e que elas podem se preparar psicologicamente para isso.

Já que não criar expectativas não é possível, então elas podem trabalhar melhor as suas idealizações, desde o início da gestação.

Se a paciente ainda não fez pré-natal psicológico, você pode sugerir o método a ela. Instrua sobre as diversas terapias disponíveis, que a auxiliarão sobre a adaptação ao seu novo mundo, sobre as dificuldades que poderão ser encontradas após o nascimento do bebê.

Também a instrução é válida na desconstrução de seus ideais maternos, para que ela possa viver uma maternidade saudável e com menos culpa. O bebê também se beneficiará, porque a mãe transmite suas emoções a ele.

Também sugerimos conversar com a mulher para que ela tenha o máximo apoio possível de familiares e amigos, pela criação de sua rede de apoio ainda na gestação.

Ela poderá falar de seus anseios e expectativas, e buscará apoio em pessoas de confiança, que estarão ao seu lado incondicionalmente.

Como você pôde perceber, a confiança é peça-chave para que a mulher se despeça do bebê imaginado e fortaleça vínculos afetivos com o bebê real.

Fonte: Bianca Amorim – Renascendo Após a Maternidade

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