Será que há alguma relação entre a cesárea de emergência e depressão? No entanto, qual a necessidade de fazer uma cesariana de emergência e os índices de depressão pós-parto? Leia para conhecer o que preparamos para você.
Conheça o estudo publicado no periódico
Segundo um estudo publicado no Journal of Health Economics, há relação entre cesária de emergência e depressão pós-parto.
Mulheres que não tiveram seus filhos da forma planejada (parto normal), possuem até 15% mais chances de ter depressão pós-parto do que outras parturientes.
Por que a relação é existente?
A relação entre cesariana de emergência e depressão pós-parto é reflexo do impacto psicológico negativo que as mães sofrem. Desta forma, por ser uma atitude não planejada por elas, que desejavam ter parto normal, e por ser um momento estressante tanto mental quanto fisicamente. Afinal, o nascimento de seu filho não saiu como esperado.
Assim, a depressão pós-parto pode estar relacionada à quebra de expectativas e perda de controle materno. São explicações da autora do artigo, a pesquisadora de pós-doutorado Valentina Tonei, da Universidade de York, Reino Unido.
A nossa querida Alessandra Arrais define a depressão pós-parto como uma grande decepção com a maternidade ou com algum aspecto dela.
Sendo assim, fica fácil compreender o que esses pesquisadores do Reino Unido estão dizendo. Pois, nesses casos, a grande decepção já começa no parto e pode seguir adiante.
A princípio, naquele país, as cesarianas de emergência são realizadas aos milhares, sempre que há complicações durante o parto. Por ano, em aproximadamente 165 mil nascimentos, 25 mil são casos de cesárias não planejadas.
O que diz a OMS sobre cesárea de emergência e depressão
Segundo a Organização Mundial da Saúde, recomenda-se que apenas de 10 a 15% dos nascimentos sejam realizados por cesarianas. Por outro lado, não somente no Brasil, mas em todo o mundo, as cesárias são realizadas amplamente. Logo, o número dobrou em quinze anos, e é realidade em países até mesmo desenvolvidos, como você pôde perceber na pesquisa.
A revista científica The Lancet realizou uma pesquisa sobre o número de cesarianas feitas no mundo, em 169 países. A República Dominicana é a campeã de cesárias, com 58,1% dos partos. Desta forma, nosso país divide a segunda posição, juntamente ao Egito, com 55,5% dos nascimentos.
Quando pode ser considerado DPP?
A depressão pós-parto pode ser confundida com o baby blues pueperal, mas este é um acometimento leve, caracterizado por melancolia e alternância entre sentimentos alegres e tristes. É uma situação comum, que atinge 80% dos casos, mas que tende a desaparecer após alguns dias e não necessita de tratamento.
No entanto, a depressão pós-parto vai além. Ela se difere do baby blues puerperal tanto pelos sintomas quanto pela duração da enfermidade. Sendo assim, os sinais são bastante característicos, e incluem ansiedade, irritabilidade, mudanças de humor, cansaço, perda de apetite, insônia e sensação de incapacidade, entre outros.
Sendo assim, a depressão pós-parto não some após alguns dias, e seus sintomas são facilmente percebidos após quatro semanas do parto, principalmente. Enfim, caso não haja tratamento, a doença pode se agravar, trazendo sérios prejuízos para mãe e filho.
A depressão pós-parto no Brasil
Existem mais dados sobre o tema, desta vez obtidos em uma pesquisa brasileira, do Instituto Fiocruz, Rio de Janeiro (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca). Segundo o estudo, mais de 25% das mães de nosso país possuem sintomas de depressão pós-parto.
Desta forma, eles podem estar relacionados principalmente aos fatores de risco: antecedente de adoecimento psíquico, vulnerabilidade social e/ou econômica, gravidez indesejada, violência doméstica, ansiedade intensa, abortos, histórico de TPM, perda gestacional, diabetes, hipertensão, entre outros.