Funções Parentais: Como funciona?

Escola da Parentalidade

Muito se discute sobre as funções parentais e as novas configurações familiares.
Na família contemporânea, as funções parentais não são tão visíveis como eram na ordem tradicional de anos atrás, com Pai, Mãe e Filhos.

Existe hoje uma diversidade de modos de agrupamento familiar e de arranjos quanto ao desempenho das funções parentais. Nem sempre é o pai ou a mãe quem exercem as funções parentais na família. Por vezes, são os tios, os avós ou são partilhadas por várias pessoas. Há também os casos em que a função parental está vazia. Os pais denotam estar na posição de filho e os filhos na posição dos adultos.

A presença do pai e da mãe não garante o desempenho da função paterna e materna. Por outro lado, existem famílias chamadas de “monoparentais”. Nessas, a mãe vive sozinha com os filhos ou o contrário disso, embora seja, ainda, menos comum. Hoje em dia, muitas famílias estão situadas em torno da mãe.

Ser pai e Mãe

Ser pai e ser mãe não implica apenas na paternidade e maternidade biológicas, mas demanda, especialmente, sentimentos e atitudes de adoção que decorrem do desejo pelo filho. A dinâmica entre as funções materna e paterna organiza-se a partir de fatores conscientes e inconscientes.
Desse modo, as funções materna e paterna vão além dos papéis de pai e mãe. Elas implicam em tarefas relacionadas aos cuidados físicos e à educação.

Vínculo pai-filho

O vínculo que une pai e filho é diferente daquele que une a dupla mãe-filho. Existem vários estudos que evidenciam a importância do envolvimento do pai no desenvolvimento da criança. A competência e capacidade do pai são similares às da mãe na interação com o filho, demonstrando ainda que o contato precoce do pai com o filho possibilita um melhor envolvimento posterior entre ambos. Merece destaque também o suporte emocional e material dado pelo marido à esposa, que favorece um maior envolvimento com a criança nos primeiros anos de vida.

Espera-se que o pai seja um parceiro, protetor e cooperativo com a mãe, desde a gestação do filho. Assim, ela poderá se dedicar à criança num primeiro momento. Sua presença física e afetiva é importante para romper a relação narcisista do filho com a mãe, funcionando como uma ponte entre o mundo interno e a realidade externa da criança. Sendo assim, ao se afastar da mãe e se envolver com o pai, a criança desenvolve maiores habilidades exploratórias e responsividade social.
Nessa etapa bem inicial, a função do pai é também a de tolerar a exclusão temporária da relação mãe-bebê e esperar pelo momento de participar mais ativamente. Mas, o pai, junto com a mãe, compõe o ambiente total em que o bebê habita.

Portanto,quando o pai se ausenta, além de consequências afetivas, podem surgir também as de natureza econômica e social e, especialmente, psicológicas. Se ninguém entra nesse lugar, exercendo tais funções, o vazio constituído na criança pode colocá-la em riscos emocionais. É preciso, então, ajudar essas crianças a lidarem e enfrentarem esse vazio, que pode ser tão prejudicial.

A importância da mãe

A família atual não é mais caracterizada pela “parentalidade” tradicional, como conhecemos.
Muitas vezes, é em torno da mãe que estão as “famílias recompostas” ou “monoparentais”. Sem contar que, a mulher de hoje pode não prescindir do homem para gerar filhos e criá-los. Desta forma, a família nuclear tradicional, formada por pai, mãe e filhos, deixa de ser a maioria nesse mundo atual. Então, abre-se espaço para o reconhecimento de muitas outras organizações como famílias.

Na família contemporânea, sujeita à separações e recomposições, além de diversas formas de organização, a questão da transmissão da autoridade, via desejo materno pode se apresentar como uma questão problemática.  Por isso, a presença materna, no sentido do desejo da mãe, é peça chave na construção do psiquismo do filho.
É a mãe quem primeiro “empresta” ao filho seu olhar, sua voz, seu seio, seus movimentos, até poder ele apropriar-se de si mesmo, da sua própria identidade e, mais tarde, de sua alteridade. 

Estilo parental

Existem muitas formas de ser pais e criar um filho. São muitos os estilos parentais. Os pais podem ser afetivos, compreensivos e autoritários. Mas, para perceber estas diferenças é necessário conhecer as crenças e valores desses pais. 
Sendo assim, o estilo parental é a forma como os pais se relacionam com os filhos.
Isso reflete o clima emocional em que criam as relações entre ambos, em aspectos como o tom de voz, a linguagem corporal, a formalidade no trato e as mudanças de humor.
Além disso, exprime-se também por um conjunto de estratégias que os pais utilizam no seu quotidiano com os filhos e que visa instruí-los em aptidões em diferentes domínios (acadêmico, social, afetivo).

O estilo pode ser usado para definir quatro grupos distintos de pais: autoritários, democráticos, permissivos e negligentes. A diferença entre estes quatro grupos reside na forma como se exprime a sua autoridade e no grau de afabilidade e tolerância para com os filhos. Muitos pais autoritários são exigentes e não são compreensivos. Já os pais democráticos são exigentes e compreensivos, sendo os pais permissivos mais compreensivos e não são exigentes. Os pais negligentes não são exigentes, nem compreensivos.

Por isso, é muito importante entendermos as formas atuais das famílias e refletir como os filhos estão sendo criados e educados. Muitas vezes será necessário um apoio psicológico às famílias e isso é absolutamente normal. Contar com a ajuda de um profissional pode gerar mais qualidade de vida para todos. Principalmente quando os pais estão em busca de entendimento de suas funções.

Busque ajuda se achar necessário!

Referência Bibliográfica:
Vitorello, Márcia Aparecida. Família contemporânea e as funções parentais: há nela um ato amor?. Resgatado em junho de 2011.

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