A humanização do cuidado em saúde infantil se tornou necessária após o desenvolvimento das tecnologias hospitalares que distanciaram a relação profissional da saúde/paciente.
A retomada da relação entre profissional e pacientes visa atender as necessidades de saúde que vão além do físico.
Hoje, a saúde infantil, é baseada no cuidado integral e multiprofissional que compreende a criança como indivíduo de direitos. Assim, as propostas de humanização buscam a integralidade do cuidado à saúde infantil.
Por se tratar de um seguimento amplo e complexo, as medidas de humanização do cuidado em saúde infantil precisam promover a integração com a criança, seus familiares e os serviços de saúde e sociais.
Nesse post abordaremos alguns dos seguimentos compreendidos na humanização do cuidado em saúde infantil. Por exemplo, no contexto hospitalar e a saúde materno-infantil.
Humanização do cuidado em saúde infantil
Quando falamos em humanização do cuidado em saúde infantil devemos pensar em algumas palavras: acolhimento, cuidado integral e integralidade de assistência.
Desde 1996, com a estratégia Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância (AIDPI), a criança é entendida como ser integral. Por isso, essa estratégia visa a integração de atividades de promoção, prevenção, classificação de risco e tratamento de doenças comuns na infância.
O papel do profissional da saúde, principalmente do enfermeiro, é se atentar o desenvolvimento das crianças-pacientes para realizar intervenções, quando necessário, de forma precoce.
Desta feita, alguns distúrbios de desenvolvimento podem ser identificados antes dos três ou quatro anos de idade. Por exemplo, atraso de linguagem, dificuldade de aprendizagem, hiperatividade e transtornos emocionais.
Nesse sentido, a humanização da saúde infantil valoriza o desenvolvimento integral da criança, sua imunização e nutrição. E, com isso, busca prestar uma melhor assistência à criança e seus familiares.
Humanização do cuidado da saúde materno-infantil
O cuidado da saúde infantil reverbera na saúde da gestante, desde o pré-natal até o nascimento da criança.
Por isso, as ações de humanização também compreendem a realização de grupos de gestantes, apoio ao aleitamento materno, etc. Com isso incentivam o estabelecimento de vínculo entre mãe e filho e consequentemente melhora a saúde da criança.
Além do incentivo da relação mãe-bebê, a humanização do parto e do nascimento tem papel fundamental na saúde infantil. Isso porque diminuir a assimetria entre o profissional da saúde e a paciente viabiliza o conhecimento desta sobre boas práticas e desenvolve um olhar atento das mães para com os filhos.
Dessa maneira, deve-se tratar a mãe e os demais familiares como partes essenciais no cuidado da criança para aliar forças na busca da saúde infantil.
Humanização do cuidado da criança no hospital
A hospitalização de uma criança é um evento traumático em sua vida e na de seus familiares. Um ambiente totalmente hospitalar, frio e sem conforto pode tornar esse momento ainda mais difícil.
Portanto, o relacionamento humanizado entre os profissionais e a criança e seus familiares, traz uma nova perspectiva da realidade.
Os enfermeiros têm papel importantíssimo nesse contexto, já que são os profissionais que mais convivem com a criança e seus familiares.
Assim, ao estabelecer um vínculo entre profissional da saúde e família da criança, faz com que estes possam esclarecer seus medos e dúvidas. Construindo juntos um atendimento humanizado à criança hospitalizada.
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FONTE: VEIGA, Noriza. PINA, Juliana Coelho. MELLO, Débora Felleiros. SILVA. Marta Angélica Iossi. Humanização e cuidado em saúde infantil: uma revisão sistemática da literatura. 2009. Disponível em: < http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/210 >. Acesso em: 20/08/2019.