Perder o bebê no nascimento rompe com a ordem natural da vida, assim como interrompe os sonhos e expectativas dos pais. Nesse processo de luto e dor, muitas mães ouvem: “Calma, você é jovem e poderá ter outros filhos”, “Volte para casa e desmanche o quartinho”. Frases assim trazem repercussões consideráveis àqueles que não tiveram a oportunidade de vivenciar essa perda de forma mais saudável. Desta forma, é preciso cuidado ao iniciar uma conversa e até mesmo sobre o que falar.
Assim, diante de toda repercussão que o luto perinatal pode acarretar é fundamental a presença da psicologia. Em alguns casos, toda a família necessita de auxílio profissional. Acima de tudo, em momentos tão delicados é preciso ter empatia pela dor da família e respeito pela forma que cada um sofre.
Perder o bebê no nascimento; como ajudar os pais
Muitas vezes, a equipe de saúde evidencia seu despreparo para lidar com a dor e a angústia do outro, principalmente pelos próprios conflitos que possui na relação com a morte.
Um dos papéis da psicologia diante de situações como o luto perinatal é buscar identificar as vulnerabilidades e o alto risco dos pais que perderam seus filhos. Sendo assim, cabe ao profissional ajudar os pais e familiares a entender a situação que estão vivendo.
Deste modo, posteriormente, eles poderão falar do ocorrido, assimilá-lo e, algum tempo depois, reconstruir-se. Os rituais fúnebres ajudam no processo de luto, pois a recuperação é centrada na aceitação. O velório permite que as pessoas se despeçam e que o enlutado seja considerado como tal.
Existem abordagens terapêuticas que possibilitam ajudar os pais no processo de perda do filho. Algumas consistem em permitir que os pais visitem o recém-nascido, caso queiram e recolham lembranças. Tais abordagens são conhecidas como protocolo de luto. Esse tipo atendimento favorece a saúde psíquica, mas um dos principais objetivos é o cuidado com os pais para uma futura gestação.
Profissionais mais preparados
As equipes médicas precisam entender a situação do luto, se sensibilizarem e respeitarem o drama da mãe, que sofre. O apoio começa com o cuidado ao dar o diagnóstico da morte do bebê e evitarem o silêncio. Desta forma, os hospitais devem estar preparados para atender a mulher que passa por essa situação. Não é indicado que ela fique junto com pacientes que acabaram de dar a luz, no mesmo quarto. Acompanhar mães com os filhos nos braços pode ser uma tortura para quem acaba de perder um bebê.
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