Barreiras no processo de humanização no parto

Escola da Parentalidade

Para que exista a humanização no atendimento ao parto, é preciso que ao menos dois fatores sejam realizados, especialmente, dentro dos hospitais e clínicas.
O primeiro deles é o atendimento adequado e digno às mulheres, seus familiares e aos recém-nascidos. O outro, é a abordagem de medidas e procedimentos benéficos para a assistência do parto e do nascimento. 
Portanto, para que isso aconteça, é extremamente necessário que o profissional da saúde e a instituição possuam uma postura ética e solidária para que ocorra o processo de humanização no parto.

Quais as barreiras no processo de humanização no parto ?

Infelizmente, ainda existem muitos hospitais em que as gestantes são atendidas de forma desrespeitosa. Ou seja, que não levam em consideração as individualidades e necessidades da mulher que está gestando, parindo ou no puerpério imediato.
Quando pensamos no momento do parto, especialmente, muitas mulheres, que desejam ou optaram pelo parto normal. Elas chegam aos hospitais, já com o trabalho de parto iniciado, procurando uma vaga para serem assistidas.  Quando o trabalho de parto está na fase ativa, essa mulher é admitida no hospital. 

Se a instituição não tem um olhar humanizado e respeitoso para essa mulher, ela pode encontrar dificuldades já nesse momento. Algumas instituições dificultam a acessibilidade e admissão da mulher em trabalho de parto; impedem ou constrangem o acompanhante (que deveria ser de livre escolha da mulher); limitam a entrada da doula.
Isso acaba privando a parturiente da privacidade e dos cuidados pessoais. Essa falta de cuidados podem constranger a parturiente num momento em que ela requer cuidados e atenção.

Outra importante barreira no processo de humanização no parto, que vale a pena citarmos aqui, é o uso excessivo de tecnologias. Atualmente o parto começou a ser tratado como patologia e não como um processo fisiológico. A mulher perdeu sua autonomia e protagonismo nesse processo.

Ações na hora do parto

A humanização no atendimento ao parto tem como objetivo colocar a gestante no papel principal, empoderá-la e resgatar o seu protagonismo no processo de parir o seu bebê. Por isso, toda gestante deve ser orientada pelo profissional que prestará a assistência ao parto, informando-a sobre seus direitos. É possível realizar ações para o alívio da dor, de forma consensual, ou seja informando os procedimentos e processos do trabalho de parto. Além disso, deve-se permitir que a mulher escolha as opções que a deixam mais segura. O cuidado e a busca pelo alívio da dor e conforto da mulher devem estar alinhados com os valores e desejos da mulher, respeitando, sempre, a saúde, a vida e o bem-estar da mulher e do seu bebê.

Mudanças

Para que ocorra o processo de humanização no parto, é necessário modificar o modo como a mulher é recebida na sala de parto. A forma como a futura mãe é abordada e recebida influência em todo o processo. Ela pode dar opinião, escolher a posição em que se sente mais confortável durante todo o trabalho de parto. Inclusive, ela pode até opinar sobre a temperatura da sala de parto, por exemplo.

Os profissionais de enfermagem vêm atuando ativamente nos cuidados assistenciais às mulheres, proporcionando conforto e bem-estar com o auxílio da fisiologia do parto. Cada vez mais se encontra profissionais preparados para esse tipo de abordagem.
O uso da competência profissional e com o auxílio da tecnologia quando necessário, o cuidado passa a ser mais humano garantindo o diálogo entre os indivíduos e profissionais. Isso acaba possibilitando dignidade, solidariedade e uma perspectiva acolhedora de humanização no atendimento ao parto.

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