A birra é uma situação bastante comum em bebês e crianças, mas não é culpa deles. Para conhecer informações interessantes sobre a birra e para auxiliar as mães a superarem as crises, leia o texto abaixo.
Por que as crianças fazem birra
Como eu disse acima, a birra não é culpa das crianças. Ela é um sintoma de imaturidade emocional e neurológica, e pode durar até os seis anos de vida (surge em torno dos seis meses). A birra está relacionada ao lóbulo frontal do cérebro, que se desenvolve conforme o crescimento da criança.
Como os bebês não possuem condições de demonstrar suas insatisfações, já que essa parte do cérebro não está muito desenvolvida, eles reagem com demonstrações do corpo todo. Afinal, as crianças percebem que têm vontade própria, já que estão mais atentas ao mundo que os cerca. Elas notam, mas não sabem como lidar com isso, então se esperneiam, jogam no chão, choram, gritam…
A birra é motivo de pânico para muitos pais, que sentem vergonha pelo comportamento de seu filho em público. Contudo, como você percebeu, não é algo feito para provocar os pais, e sim, manifestações de insatisfação ou frustração pelas suas percepções de mundo.
Como acabar com a birra
Será que é possível acabar com a birra? Existe fórmula ou mágica para isto? Ou é preciso ter paciência e deixar o tempo passar, já que em torno dos seis anos ela vai embora?
Para auxiliar as mães que aparecem em seu dia a dia, como profissional da parentalidade, dizemos que a resposta é: depende da criança. Vejamos um estudo conjunto de diversas universidades (Amsterdã e Utrecht, da Holanda; e Cardiff e Oxford, do Reino Unido).
Os estudiosos analisaram 156 pesquisas de 20 países, envolvendo 15 mil famílias que tinham crianças na faixa etária de dois a dez anos, com comportamentos que incluíam a birra. Eles detectaram duas estratégias para lidar com o problema:
– gerenciamento de comportamentos combinados;
– construção de relacionamentos, como o diálogo.
Quando as crianças apresentavam situações como a birra, o método mais eficaz para acabar com ela foi uma mistura das duas estratégias. A empatia é um ponto essencial para saber lidar com a birra, ao mesmo tempo em que as famílias fortalecem seus vínculos.Conhecer o seu filho também pode fazer a diferença para que você consiga traduzir a insatisfação da criança, manifestada pela birra.
Ou seja, é fundamental colocar-se no lugar da criança, para entender o seu comportamento. Como dissemos, é algo relacionado a uma frustração ou insatisfação, e a criança não conhece outra forma de expressar o seu incômodo quanto a isso. Os pais podem conversar com os filhos, explicando o motivo de a situação acontecer daquela forma (por exemplo, quando não compram algo que a criança deseja). Contudo, é importante que os pais não cedam ou raramente cedam, porque senão os filhos farão birra em outra oportunidade, pois sabem que a atitude convence seus progenitores a fazerem o que a querem.
Dicas para acabar com a birra
Ainda temos algumas sugestões que você pode passar para os pais que têm filhos birrentos.
Eles podem prevenir os filhos de algo, evitando a birra. Ou seja, as crianças estarão preparadas para enfrentar a frustração, por exemplo, ao sair inesperadamente de uma festa onde estejam. A saída é avisar com antecedência de dez minutos.
Combinados entre pais e filhos também são interessantes. Eles são diferentes de ceder, já que funcionam como um acordo: você não vai brincar agora, mas poderá ir depois de almoçar.
Caso a prevenção e os combinados não funcionem, oriente os pais a respirarem fundo e esperarem a criança se acalmar. Eles devem proporcionar espaço para os filhos, estando por perto, mas mostrando que não há como conversarem enquanto a criança não parar a birra. Deste modo, seu cérebro entenderá que a estratégia não funcionou. Apoios como toques ou abraços ao final da birra são auxiliares importantes para a criança se recompor.
Fonte: Carmen Guerreiro – Por que as crianças fazem birra? – Disponível em:
