Um estudo publicado recentemente mostra de que forma a depressão na gravidez pode impactar o comportamento do bebê. Convidamos você a fazer a leitura do artigo abaixo, para conhecer as informações relevantes à sua profissão e também para saber o que deve ser feito para minimizar os impactos nas gestantes.
Conheça o estudo sobre depressão na gravidez
Pesquisadores do King’s College London, da Inglaterra, realizaram um estudo sobre os impactos no comportamento do bebê cuja mãe teve depressão na gravidez e o publicaram recentemente (no segundo semestre de 2018) no periódico Psyconeuroendocrinology.
Foram estudadas 106 gestantes que estavam com 25 semanas de gravidez, sendo que menos da metade (49 mulheres) possuía depressão. Tanto elas quanto seus bebês foram acompanhados desse período em diante até um ano após o nascimento do bebê, e os resultados mostraram que houve alterações no comportamento da criança, que sugerem relação com a depressão materna.
Desta forma, o estudo foi feito a partir de coletas sanguíneas de substâncias inflamatórias e também de cortisol. Em mães depressivas, as coletas apresentaram níveis elevados das substâncias e do hormônio ligado ao estresse.
A depressão na gravidez e seus impactos
Os pesquisadores informaram que as gestações que apresentaram depressão foram mais curtas, em torno de oito dias. Assim, a partir do sexto dia de vida, os bebês se mostraram mais hiperativos e chorosos, com mais sensibilidade ao barulho e à luz.
Deste modo, a cada imunização, foi medido o nível de cortisol nos bebês, e com um ano de idade eles tinham mais hormônio na saliva. Ou seja, responderam mais intensamente ao evento estressante.
Sendo assim, os estudiosos chegaram à conclusão de que a mudança na resposta aos estímulos foi provocada pela depressão que suas mães tiveram na gravidez, gerando desse modo o fator de risco para o surgimento de depressão na vida adulta, nas crianças analisadas.
Por isso, é importante ressaltar a você que o impacto no comportamento do bebê, nessa pesquisa, possui relação apenas com a depressão na gravidez, e não após o parto. Assim, também informamos que o estudo é pequeno e que precisa ser feito com mais mulheres e bebês para ser confirmado.
Além disso, precisamos levantar uma série de questões sobre o desenvolvimento dessas crianças e da saúde de suas mães não só na gestação, mas também no pós-parto. Por exemplo, sentimos falta de informação sobre o tratamento dessas mulheres; sobre a origem do adoecimento psíquico (foi antes da gestação ou durante?); quais os fatores de risco essa mulher apresentava antes e durante a gestação e como esses fatores se apresentaram após o nascimento do bebê?; quais eram os fatores de proteção dessa gestante?; como foi a observação desses bebês e a medição da hiperatividade e do choro?; essas mulheres tinham rede de apoio?; a rede de apoio poderia proteger, de alguma forma, esse bebê de um adoecimento psíquico no futuro?
Depressão é uma doença multifatorial
Sabemos que a depressão é uma doença multifatorial e não podemos reduzir sua incidência apenas à fatores biológicos. Contudo, os dados são verídicos e podem auxiliar bastante no estudo sobre adoecimento psíquico na gestação.
Sendo assim, você pode instruir suas pacientes falando que o pré-natal psicológico pode ser feito de forma individual ou em grupo, online ou presencial. Desta forma, ela pode prevenir-se da forma que mais se adequar à sua preferência, e a terapia será fundamental para sua qualidade de vida, e também para a do bebê.
Afinal, como você percebeu, a depressão na gravidez pode impactar o comportamento do bebê, podendo gerar danos inclusive em sua vida adulta, mas também precisamos informar que para cuidar bem de um bebê, a mulher precisa estar bem, precisa se sentir bem. Enfim, o pré-natal psicológico é fundamental, não se esqueça disso!
Fonte: Chloé Pinheiro – Estudo mostra como depressão na gravidez impacta o comportamento do bebê
