O Pré-natal Psicológico na Prática é o curso oferecido pela Escola da Parentalidade, desenvolvido e ministrado pela Drª Alessandra Arrais, criadora do Modelo Arrais, um método inovador e didático para a capacitação de psicólogos de todo o Brasil.
Veja abaixo como esse modelo pode ajudar você, psicólogo e profissional da parentalidade, a melhorar sua atuação com gestantes e familiares.
Pré-natal Psicológico na Prática
O pré-natal psicológico é um conceito em ascendência que tem como objetivo o acompanhamento psicoterapêutico e psicoeducativo da gestante e sua família em todo o processo gravídico-puerperal.
Como recurso de suporte e apoio emocional, cuja abordagem diferencia-se dos cursos para gestantes, o acompanhamento do pré-natal psicológico busca compreender os sentimentos que a mulher vivencia durante a gravidez e o desenvolvimento da sua maternidade.
Através da escuta, é importante que o profissional ajude a gestante a desenvolver confiança na sua própria percepção e sensibilidade, de modo a aliviar a sobrecarga ao lidar com os desafios desse período tão conturbado da gravidez e do maternar.
Nesse sentido, o pré-natal psicológico também é preventivo, visto que o acompanhamento profissional evita o acometimento de doenças psíquicas das gestantes e puérperas, como a ansiedade, crises de pânico e, principalmente, a depressão pós-parto, além de poder diminuir os impactos do baby blues/maternity blues.
Modelo Arrais
Em vista da necessidade de um material que compreendesse os desafios enfrentados por psicólogos perinatais no atendimento de gestantes e suas famílias, a psicóloga Drª Alessandra Arrais criou um modelo de prevenção para a depressão pós-parto conhecido como “Pré-natal Psicológico” – Modelo Arrais, utilizado e reconhecido em todo o país.
Segundo Arrais (2021), a depressão pós-parto (DPP) pode ser definida como sensação “de pressão”, ou de opressão, potencializadas pelo exercício da maternidade recente e todas as cobranças advindas desse novo papel. Está associada a sentimentos de decepção e frustração que podem surgir diante da realidade que a vivência da maternidade impõe, para a grande maioria das mulheres.
Pesquisas mostram que o adoecimento psíquico em gestantes pode dificultar o desenvolvimento social e afetivo da criança, que podem se manifestar até o período da adolescência.
Os casos de DPP aumentam cada vez mais no Brasil e a doença pode acometer especialmente mães primíparas (de primeira viagem), solteiras, sem suporte emocional, que já possuem um histórico de episódios depressivos e/ou de traumas relacionados a gestações anteriores e, principalmente, as mulheres que idealizam a experiência da maternidade (incluindo parto, amamentação e o próprio maternar), segundo Arrais (2014).
Portanto, a depressão pós-parto pode e deve ser evitada através do acompanhamento no pré-natal psicológico, bem como pela criação de uma rede de apoio emocional e familiar à gestante.
As diferentes abordagens da psicologia
O Modelo Arrais não é excludente, visto que compreende todas as abordagens da psicologia que podem ser utilizadas na prática do pré-natal psicológico.
Abaixo estão algumas das áreas de atuação, correntes teóricas e técnicas mais aplicadas e conhecidas que podem ser desenvolvidas pela metodologia do Pré-natal Psicológico na Prática:
Arteterapia – é uma abordagem terapêutica que utiliza recursos (visuais e/ou corporais) e ferramentas artísticas (papel, pincéis, tinta, entre outros) em prol de uma jornada de autoconhecimento.
A arteterapia pauta que toda produção artística visa a mudança e a expressão daquilo que, por algum motivo, não se pode manifestar na comunicação verbal.
Dessa forma, essa pode ser uma técnica benéfica para o alívio do estresse e da ansiedade causada pelas alterações hormonais e emocionais que ocorrem durante uma gestação.
Terapia cognitivo comportamental (TCC) – essa é uma abordagem da psicoterapia que tenta compreender as formas de interpretação dos acontecimentos e como isso afeta um indivíduo.
Essa é uma abordagem clara e direta, pois identifica padrões de comportamento, hábitos e formas de pensar, que são a fonte dos problemas, para observá-los de uma perspectiva mais positiva.
No pré-natal psicológico, a quebra e o desenvolvimento de novos padrões comportamentais na solução de problemas podem ser essenciais para que se mantenha a saúde mental da gestante e da sua família.
Gestalt-terapia – é uma abordagem psicoterápica que tem como centro do processo terapêutico a compreensão do contexto em que o indivíduo está inserido e como isso afeta suas experiências e formas de ser.
“Gestalt”, em alemão, dentre algumas traduções possíveis, significa “forma”. Ou seja, essa abordagem compreende a forma do ser como um todo, em sua plenitude, a partir do que está ao seu redor e faz parte da sua vida.
O objetivo da terapia Gestalt é fazer com que o indivíduo tenha mais consciência de suas ações.
Para a gestante, esse processo terapêutico pode ser proveitoso e aterrador, visto que a gestação é um período de muitas incertezas e desvios na percepção de si mesma.
Psicodrama – é uma forma de psicoterapia que utiliza da dramatização improvisada em grupo ou individual para abordar os aspectos psíquicos e desenvolver novas percepções dos indivíduos participantes da ação.
Assim, o psicodrama fornece a possibilidade de recriar uma realidade e reproduzi-la de outra forma através da atuação.
Durante o pré-natal psicológico, essa recriação dramática pode auxiliar na preparação da gestante sobre o ato da amamentação e suas implicações, por exemplo.
Psicanálise – tem como criador o médico e psiquiatra Sigmund Freud (1856 – 1939) e visa a compreensão dos processos inconscientes do indivíduo. É um campo clínico e de investigação teórica, comumente utilizado no tratamento de transtornos como depressão, ansiedade e síndrome do pânico.
Como abordagem no pré-natal psicológico, a psicanálise pode ajudar a gestante a lidar com conflitos que surgem na relação entre consciente e inconsciente.
Também pode ser eficaz em casos de luto perinatal, idealização da maternidade e do bebê, entre outras questões que podem causar sofrimento emocional e psíquico.
Terapia do esquema – como modelo advindo da psicoterapia cognitiva, a terapia do esquema tem por objetivo a compreensão das formas de encarar, reagir e interpretar estímulos relacionados a acontecimentos da infância que influenciam o indivíduo na vida adulta.
Esse sistema pode ser interessante para a gestante, visto que a teoria do esquema tem como base a teoria do apego, que realça a importância do vínculo entre um recém-nascido com, no mínimo, um cuidador primário.
Segundo as teorias, essa relação faz com que o desenvolvimento social e emocional do recém-nascido até a adolescência ocorra sem grandes complicações.
Psicologia humanista – ramo da psicologia geral que tem sua abordagem centrada no ser humano. A psicologia humanista quebra a perspectiva de uma realidade pura e a relaciona a uma temporalidade fluida.
Ou seja, ela defende que todo indivíduo é criativo e livre o suficiente para existir sem condicionamentos, a não ser a influência que ele sofre por meios naturais.
Dessa forma, o tratamento não é centrado em teorias, mas sim nas necessidades específicas da pessoa, tornando-a protagonista de sua própria vida.
Pela relação entre o humanismo e a gestação, surge o conceito de “parto humanizado”, que tem sido muito discutido atualmente.
Esse é um processo que compreende a naturalidade do parto, de acordo com as especificidades da gestante e sua gestação.
Na prática, isso significa que a assistência humanizada prioriza e respeita o processo fisiológico e pessoal do parir de cada mulher, minimizando as intervenções médicas.
Assim, a psicologia humanista pode ter sua contribuição num programa de pré-natal psicológico como uma alternativa para mulheres que querem assumir seu protagonismo na hora do parto.
Além disso, há relatos de que o parto humanizado pode ser menos estressante, tanto para o bebê quanto para a mãe, e a experiência em si fortalece o vínculo afetivo e emocional entre a puérpera e o recém-nascido.
Como aplicar a metodologia na prática
Como visto acima, o processo psicoterapêutico no pré-natal psicológico pode ser feito a partir de diferentes abordagens da psicologia.
O ideal é que a metodologia converse com uma base teórica e que o profissional seja capacitado para atuar a partir de, pelo menos, uma abordagem específica que possa ser desenvolvida a longo prazo.
Vale lembrar que os temas trabalhados no atendimento devem ser justificados por uma fundamentação teórica, independente da abordagem do profissional da parentalidade, seja ele psicólogo, psicanalista e/ou psiquiatra.
Além disso, é importante que o profissional seja transparente sobre o desenrolar do processo terapêutico, visto que isso pode facilitar as sessões e melhorar o desenvolvimento da gestante ao longo do atendimento.
Curso Pré-natal Psicológico na Prática
Um dos fatores mais preocupantes atualmente é o despreparo da maioria dos psicólogos ao lidar com questões relacionadas à maternidade.
Para resolver essa situação, a Escola da Parentalidade oferece o curso Pré-natal Psicológico na Prática a psicólogos que desejam apoiar gestantes a prevenirem adoecimentos psíquicos através do Modelo Arrais, desenvolvido pela Ph.D. Alessandra Arrais.
Além de elaborar e ministrar o curso, Alessandra Arrais também faz parte da equipe da Escola da Parentalidade.
Veja mais informações sobre o curso aqui.
Artigos sobre a Parentalidade
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Além do curso Pré-natal Psicológico na Prática, venha conhecer o e-book com artigos escritos e selecionados especialmente por Alessandra Arrais em suas pesquisas de Doutorado e Pós-doutorado.
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