Diante da responsabilidade de criar e educar um filho, muitos pais se veem inseguros e até despreparados para a difícil missão. São tantos os desafios durante toda a fase de desenvolvimentos da criança, que os pais se encontram muitas vezes perdidos e buscam ajuda profissional para aprender a lidar com as questões problemáticas da infância e adolescência dos filhos. Desta forma, eles estão buscando mais ajuda para as crianças que necessitam de psicólogo.
Segundo levantamento de VEJA SÃO PAULO, realizado em dez consultórios que fazem atendimento infantil, o número de pacientes abaixo dos 13 anos dobrou nos últimos dez anos. Entre os menores, até 3 anos, o índice triplicou. Também tem crescido o número de casais grávidos e com recém nascidos.
Ainda de acordo com a pesquisa, vários são os motivos que contribuíram para esse aumento nos tratamentos.
Um deles é que a questões da mente deixou de ser tabu e o preconceito em fazer terapia não existe como antigamente. A outra questão é que os pais estão cada vez mais cometendo excessos e ficando atrapalhados, reclamando que os filhos não querem mais tomar banho, sendo que isso é uma atitude normal desde sempre. Eles estão sempre buscando ajudar para as crianças que necessitam de psicólogo.
Crianças que necessitam de psicólogos e as escolas
As escolas também carregam uma grande responsabilidade em relação às crianças que necessitam de psicólogo. Um exemplo é quando os pais de um aluno que possui uma personalidade mais bagunceira, o típico inteligente que atrapalha a aula, são chamados na escola e orientados a buscar terapia.
Os alunos muito tímidos e quietos ou mesmo os hiperativos, também recebem o mesmo tipo de tratamento.
Existem escolas, em que virou questão de status os pacientes de 9 anos que só vão à terapia porque os amigos fazem.
Existe o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), um problema neurobiológico, de causas genéticas, que se manifesta na infância. Crianças com os sintomas da doença enfrentam dificuldade para acompanhar o ritmo dos colegas na escola, entre outros problemas.
Pelos números oficiais das entidades médicas, o déficit atinge uma parcela mínima da população (3%). Apesar disso, vem sendo diagnosticado com frequência cada vez maior. Os próprios pais fazem pressão. Se uma criança não aprende, sofre menos preconceito ao ser tachada de hiperativa. Atualmente, quando o diagnóstico não é TDAH é DPAC (Transtorno ou Distúrbio do Processamento Auditivo Central) ou Altas habilidades.
O que tem levado as crianças ao psicólogo
Existem vários motivos para uma criança frequentar consultórios de terapia. Mas, alguns deles podemos abordar aqui, como por exemplo, o excesso de atividades e ausência dos pais.
A sociedade está muito mais competitiva, o que fez com que os pais se preocupassem com o futuro dos filhos desde muito cedo.
A agenda da criança ficou carregada de atividades, pois muitos temem que, se ela não se preparar, vai ficar para trás. Sendo assim, elas estão estressadas, já que muitos pais transformam o dia a dia delas quase na rotina intensa de aulas. Além disso, acabam ficando menos tempo com os pais.
Outra questão que traz muitas crianças e pais para os consultórios é a insegurança parental. São pais ou cuidadores que temem muito o que estão fazendo, se estão fazendo certo ou errado, se estão assegurando uma saúde emocional para os filhos, se estão tomando as melhores decisões. Muitas vezes, o primeiro contato com uma criança é com o próprio filhos, os pais não sabem o que estão fazendo e buscam, insistentemente, uma fórmula que garanta a criação das crianças.
Dependência digital
Mas, existe hoje uma questão que tem deixado as crianças ansiosas e dependentes, que são os celulares. Esse tipo de problema passou a aparecer com maior frequência nos consultórios psicológicos e psiquiátricos . Um estudo da Unifesp feito em 2014 pela psicóloga Fernanda Davidoff com 264 estudantes paulistanos dá uma ideia do nível de abuso.
A pesquisa revelou que 65% deles dormem pouco para continuar logados, 51% acessam a internet enquanto almoçam ou jantam e 33% usam os dispositivos até no banheiro.
Segundo os especialistas, a dependência digital pode levar a outros distúrbios, como ansiedade, depressão e até uso de entorpecentes no futuro.
Trata-se de um problema que afeta o mundo inteiro, tanto é que a Organização Mundial da Saúde (OMS) pretende classificar o vício em jogos eletrônicos como distúrbio psiquiátrico.
Vamos falar de bullyng
Embora sempre tenha existido, foi na era da internet e principalmente das redes sociais que ele tomou uma outra dimensão. O bullying pode se agravar ou não dependendo de como a escola lida com isso e de como a criança enfrenta os seus agressores. A questão é que a internet potencializou o drama ao deixar o limite da vida privada muito tênue.
As vítimas de bullying podem ser qualquer criança, mas na maioria dos casos é porque essa criança é, de alguma forma, diferente: estatura pequena/frágil, timidez, cor de pele diferente, peso a mais ou a menos, existência de alguma deficiência, uso de óculos, vestuário diferente, por causa do seu nome ou devido à forma como fala. No fundo, para um bully qualquer criança serve para incomodar, mas principalmente aquelas que parecem não saber ou poder defender-se.
Sinais quando algo não está bem
As crianças e adolescentes costumam mudar o comportamento quando algo não está bem com elas. Sendo assim, os pais precisam estar atentos para entender se é hora de buscar ajuda profissional. Por isso, se você é pai ou mãe, fique atento com sinais de :
Depressão — Chora mais e fica de mau humor; a irritação também é um traço comum na depressão infantil
Desligamento — Não presta nenhuma atenção no que lhe dizem ou no que está ocorrendo à sua volta
Alimentação — Passa a comer mais, ou menos, que o usual; em alguns casos, pode deixar de se alimentar
Agitação — Mostra alto grau de ansiedade ou tem atitudes como quebrar objetos de propósito
Agressividade — Grita, esperneia, bate e protagoniza birras, tanto em casa como no colégio
Aprendizado — Conseguem muitas notas baixas nas provas e tem queda geral no rendimento escolar