Comunicação com pacientes: usar ou não o Whatsapp?

Escola da Parentalidade

O aplicativo Whatsapp facilita bastante a comunicação entre as pessoas, por este motivo se tornou extremamente popular em todas as classes, de todas as idades. Mas, será que é viável utilizar essa forma de comunicação com seus pacientes? Será que é adequado profissionais da parentalidade utilizarem o aplicativo para fins profissionais? Leia para descobrir.

O que dizem as estatísticas

Há mais de um bilhão e meio de usuários mensais do Whatsapp. Nosso país é o segundo que mais utiliza o aplicativo, ficando atrás da África do Sul.

Logicamente a nova forma de comunicação atingiu também as rotinas profissionais, e muitas pessoas deixam de fazer ligações para seus clientes, preferindo enviar mensagem instantânea.

Para você ter uma noção, 87% dos médicos brasileiros utilizam o Whatsapp como forma de comunicação com seus pacientes. Mas não é somente esse grupo de profissionais, já que o aplicativo impera como forma de diálogo em toda a área de saúde.

Os dados são impressionantes, não é mesmo? E as estatísticas podem ser ainda maiores, já que esse é o resultado de uma pesquisa de 2015, realizada pela consultoria britânica Cello Health Insight.

Usar ou não o Whatsapp para comunicação com pacientes? 

E agora? É adequado ou não utilizar o aplicativo? A maioria utiliza, como você pôde perceber, e muitos pacientes optam por profissionais que se comunicam com eles por Whatsapp.

Não é opção, na verdade, é pré-requisito. Para eles, dialogar pelo bate-papo é uma forma de ter uma atenção a mais, dedicada pelo profissional da parentalidade.

Ter o médico à disposição por mais um meio de comunicação pode ser extremamente vantajoso para muitos pacientes, mas pode significar uma carga ainda maior de trabalho para o profissional.

Isto porque há envio de mensagens a qualquer hora, todos os dias, nem sempre por motivos necessários.

Muitos pais querem até consultas por smartphone, enviando fotos e vídeos de seus filhos para que os profissionais avaliem e deem o diagnóstico pelo app.

Por conta disso, muitos profissionais não recomendam o uso de Whatsapp como forma de comunicação com seus pacientes. Eles perdem um bom tempo de seu dia a dia para visualização e resposta das mensagens.

Para administrar sua rotina, eles indicam a interação em seus intervalos, ou quando estão parados no trânsito, até mesmo à noite, no final do expediente.

O que diz o Conselho Federal de Medicina

Para facilitar a sua decisão de utilizar ou não a ferramenta com fins profissionais, leia o que diz o CFM sobre o assunto:

“Está claro que o médico pode receber mensagens no WhatsApp e responder, como sempre o fez, atendendo telefonemas de pais aflitos com seu pequeno filho cuja febre não baixava e precisava ouvir seu pediatra com recomendações seguras e tranquilizadoras. Todos os regramentos dizem respeito a não substituir as consultas presenciais ou aquelas para complementação diagnóstica ou evolutiva a critério do médico pela troca de informações à distância.”

Em congressos de pediatria o assunto também foi discutido, por variados profissionais. Eles acreditam que as mídias sociais são uma realidade sem retorno, que não há como fugir delas.

Contudo, o Whatsapp é viável quando são feitas comunicações rápidas, como uma confirmação de consulta na clínica, por exemplo.

O aplicativo é excelente como alternativa a ligações, e pode servir também para esclarecimento de dúvidas, mas não para prever diagnóstico, muito menos indicação de tratamento.

Vale a pena deixar clara essa informação ao paciente, quando o número do aplicativo do profissional da parentalidade for informado. Converse abertamente com seu público, explicando seus motivos, para alinhar expectativas e estabelecer combinados.

Deste modo, ambos possuem um bom relacionamento, com excelente comunicação, sem geração de problemas e frustrações.

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