Quando se inicia um tratamento psicoterapêutico com uma criança, o papel da família na terapia infantil é fundamental. Por isso, não existe terapia infantil sem a participação familiar.
À princípio, a família é um sistema, que pode ser definido como elementos que se relacionam. Ou seja, todos são independentes, interagem o tempo todo e influenciam um ao outro.
Logo, o desenvolvimento da criança está diretamente relacionado aos pais.
Por se tratar de uma pessoa ainda em desenvolvimento, a criança tende a manifestar aquilo que não está funcional na família.
Assim, não teria sucesso um tratamento psicoterapêutico infantil sem a presença e participação dos pais.
Qual o papel da família na terapia infantil?
A participação dos pais e de toda família na terapia de um filho é mais ampla do que se imagina. Não se trata apenas da presença física nas sessões quando solicitada, mas requer comprometimento com o processo.
Eles serão os responsáveis pela presença da criança nas sessões, em não atrasar, não interromper o tratamento, até manter abertura diante das intervenções do terapeuta.
No entanto, essa participação pode ocorrer de diversas formas, com entrevistas semanais, quinzenais ou mensais. Pode haver entrevistas com pai e mãe juntos ou com apenas um do casal, sendo pais solteiros ou não. Por outro lado, dependendo do caso, outro familiar cujo vínculo seja significativo para o paciente também pode ser ouvido.
Entretanto, nada disso é pré-definido e existem muitas possibilidades que vão sendo construídas conjuntamente pelo terapeuta, pelo paciente e pelos pais.
O contato contínuo com os pais propicia que estes se apropriem do processo terapêutico dos filhos, podendo acompanhar o progresso e a evolução. Isso garante ao psicólogo feedbacks que subsidiarão a sua intervenção.
Definitivamente, é importante manter uma relação de confiança com o profissional e observar atentamente as necessidades da criança.
Deve-se dar atenção ao que ela diz e demonstra, e também haver aceitação diante das mudanças do filho.
Embora o tratamento seja da criança, e é com ela que o terapeuta trabalha, este processo pode causar angústia nos pais.
Muitas vezes as mudanças vivenciadas pelo filho alteram a dinâmica familiar. Sendo assim,é fundamental a paciência e diálogo nesse período.
Acompanhamento familiar
No entanto, para que se alcance o êxito numa terapia infantil é preciso que se identifique as causas do problema apresentado.
É preciso entender bem os fatores, individuais e familiares, que reforçam a presença do problema identificado. E isso é feito em sintonia com a criança e seus cuidadores.
Em um diálogo aberto, com respeito e cuidado, é possível abrir espaço para que os medos, anseios, tristezas e raivas se manifestem.
Assim, é possível ajudar a criança e sua família a se reorganizarem para viverem uma nova dinâmica. Desta forma, poderão enfim, livrar-se da queixa que os levou ao consultório.
Para isso, é preciso que os pais se envolvam com a terapia da criança e se coloquem como parte do problema identificado.
Assim também, durante todo o tratamento, cria-se um espaço de escuta para os pais. Afinal, as questões individuais e familiares devem ser trabalhadas, colaborando para a melhora da criança.
Por isso, criança e pais fazem parte do mesmo conjunto, chamado, família. Lembre-se: a criança se desenvolve de acordo com o que seu sistema (família) lhe apresenta. Por isso, devem ser cuidados em harmonia.
Portanto, a psicoterapia não é para os pais, mas sim um acompanhamento familiar, que irá buscar o progresso terapêutico do filho.
Deste modo, se o terapeuta entender que existe a necessidade de atendimento psicológico dos pais, ele fará o encaminhamento para outro profissional.