Tipos de lutos pós-parto

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Escola da Parentalidade

Quando se fala em lutos pós-parto, geralmente se pensa em morte, na perda de um bebê. Contudo, você que trabalha na parentalidade, deve saber que estamos falando do luto pós-parto, quando um bebê nasce, mas ocorre perdas e transformações pelas quais a vida da mulher passa após ela se tornar mãe, seja pela primeira vez ou não.

Lutos provocados pelo puerpério

Quando uma mulher se torna mãe, ela geralmente entra em sofrimento psíquico. A sociedade nem sempre a entende, porque acredita que a maternidade só traz ganhos, mas é natural sofrer lutos após se tornar mãe, porque se perde muito.

Em seu papel de profissional da parentalidade você pode orientar as pacientes sobre a normalidade e a naturalidade do sofrimento psíquico. É importante instrui-las a aceitar as transformações para que elas passem pelo luto.

Os lutos provocados pelo puerpério não estão associados à perda de um ente querido, mas são chamados assim porque são perdas que a pessoa tem quando se torna mãe. São perdas que geram sofrimento e convidam à reflexão sobre como lidar com as mudanças ocasionadas pela maternidade.

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É possível preparar-se para os lutos pós-parto?

Quando se descobrem grávidos, os pais não têm condições de saber por quais lutos maternos eles passarão. Mesmo que já sejam pais de outra criança, cada maternidade traz algo diferente. São pessoas diferentes, com personalidades diversas, que exigem tomadas de decisões distintas. A configuração familiar muda a cada nascimento, portanto os puerpérios se diferem e os lutos maternos também.

Você pode orientar os pais sobre as mudanças que poderão ocasionar lutos maternos, mas eles estarão com a cabeça nas nuvens e somente serão puxados para a realidade com o nascimento do bebê. Os lutos são praticamente inevitáveis.

O que se perde no luto pós-parto

Você já deve ter se deparado com diversas situações de lutos maternos surgidos após o nascimento de um bebê, portanto é o profissional indicado para instruir as famílias sobre eles. Ou seja, sobre:

– a perda do bebê idealizado na gestação ou até mesmo antes dela, em comparação ao bebê real, que é um ser estanho à família;

– a perda da condição de filha, para se tornar mãe; da mãe, para se tornar avó, e assim por diante, já que todos assumem papéis novos quando uma criança nasce;

– as situações de trabalho, onde se podia focar horas e horas nas funções, inclusive fazer horas extras, sem preocupações com filhos;

– os eventos sociais, que precisarão ser reduzidos ou cortados por algum período, até que o bebê esteja em condições de frequentá-los;

– o patrimônio financeiro, que geralmente sofre grandes perdas após o nascimento de um bebê;

– a liberdade do casal, seu erotismo e sua sexualidade, pois o puerpério gera afastamento dos pais e pode levar até anos para a retomada.

São muitas perdas, que podem gerar grande tristeza e sofrimento psíquico. Por conta dessas transformações, é normal e natural que haja lutos pós-parto, e tanto os pais quanto a sociedade precisam entender isso.

Baby blues puerperal

Você pode orientar os pais quanto ao nome que esses lutos têm, quando surgem nos primeiros dias após o nascimento do bebê. Sugiro dizer que o baby blues puerperal é uma condição psíquico a que acomete 80% das mulheres no pós-parto imediato. No entanto, a tristeza costuma desaparecer depois de alguns dias, sem necessidade de tratamento.

Assim, recomendo dizer às mulheres que ser mãe não se sobressai ao luto das perdas. Que elas podem avaliar as situações que mais estão causando dor, para aprenderem a elaborar uma maternidade mais plena e tranquila. E que quanto mais cedo elas fizerem isso, mais cedo elas aprenderão a lidar com os lutos pós-parto.

Fonte: Renascendo após a Maternidade: http://renascendoaposamaternidade.com.br/

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