Os profissionais da parentalidade devem exercer seu trabalho de forma ética e responsável, baseando-se nas melhores abordagens, segundo os conhecimentos de sua área específica de atuação.
O embasamento teórico para atender gestantes abrange um estudo constante e aprofundado para a compreensão da gestação, do parto e da amamentação. Mas essa abordagem não deve ser direcionada somente para os processos do corpo, pois também é preciso tomar a gestante como sujeito protagonista em todas essas etapas.
O desenvolvimento do corpo durante a gestação
Ainda sim, é fundamental entender e estudar a fisiologia da gestação para compreender como ocorre o desenvolvimento do corpo feminino durante e após a gestação.
A prática dessa abordagem corpórea vai se especificar de acordo com a área de atuação do profissional da parentalidade. Um psicólogo, por exemplo, não toca no corpo de uma gestante, mas ele deve entender o que está acontecendo com o corpo dela, em qual fase da gestação ela se encontra, etc.
Essa compreensão é muito importante porque as mudanças no corpo gestante afetam as emoções e as relações sociais protagonizadas pela mulher. Nesse sentido, também é necessário saber como o bebê se desenvolve ao longo da gestação.
A gestação implica na construção social e emocional da mulher
Assim, para que a atuação com a gestante ocorra de forma eficaz, é preciso estar atento à construção social ao redor do nascimento e do corpo da mulher, além de escutar e atender as demandas da gestante até o parto.
Sobre o último ponto, vale lembrar que aqui, para os Profissionais da Parentalidade, a cesárea também pode ser considerada um parto (muitas vezes chamado de parto cesáreo), pois é o anúncio e a chegada de um bebê, mesmo que por outro método. Essa percepção, não vai à contramão dos movimentos de humanização e resgate do parto e do protagonismo da mulher, mas entende o momento de transição para a construção do papel materno e exercício da parentalidade. É nesse sentido, que a cesárea é considerada um parto, nunca retirando a importância da conscientização e preparo da mulher, e de toda a rede que a apoiará no parto, sobre o seu parto.
Os desafios da amamentação
Um profissional da parentalidade ainda deve se atentar para a amamentação. Esse momento pós-parto é construído por ilusões antecipadas que o fazem parecer muito simples, mas a amamentação exige grande esforço e dedicação da mãe, o que nem sempre é fácil ou até mesmo possível.
Do ponto de vista fisiológico, é preciso saber o que ocorre com o corpo feminino quando uma mãe se dispõe a amamentar seu bebê.
Além disso, amamentar é um exercício constante de doação do corpo após o nascimento do bebê, o que impacta muito a relação da mulher com sua maternidade.
Nesse período inicial existe a amamentação em livre demanda, o que exige muita energia e tempo da mãe, além da anulação de alguns de seus papéis sociais, mesmo que momentaneamente. Do ponto de vista psíquico e emocional, essas mudanças não passam despercebidas e implicam diretamente na vida da mulher.
Portanto, a gestação, o parto e a maternidade não são eventos apenas fisiológicos. Tudo faz parte de um evento biopsicossocial. Isso significa que todo profissional da parentalidade precisa olhar para além dos aspectos biológicos e compreender como eles afetam a gestação, a gestante e suas relações no mundo.
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