Indícios de depressão: 5 questões que mães e gestantes apresentam e podem desencadear o adoecimento

Escola da Parentalidade

Há diversos fatores que podem levar uma mulher a um quadro de depressão durante a gestação ou o puerpério. E nesse setembro amarelo, mês no qual a questão da depressão é largamente discutida pela sociedade, te convido, como profissional, a refletir sobre esse tema e sua ligação com a parentalidade. 

Primeiro, é necessário falar do termo “depressão perinatal” contrapondo-o à expressão “depressão pós-parto”, pois desde a gestação a paciente pode apresentar um quadro passível de desencadear uma depressão, que pode seguir no puerpério. E aqui fica a importância da aplicação e do acompanhamento do pré-natal psicológico.

Mas  vamos aos fatores que podem indicar, ou até mesmo desencadear,  a depressão.

  1. Planejamento da gestação

A gestação foi planejada ou não? Como se dá a relação entre as pessoas que vão compartilhar a parentalidade? Como o ambiente em que o casal está inserido recebeu a notícia da gestação? Qual o contexto em que a gestação aconteceu? Esses pontos ajudam a analisar fatores de risco para a  depressão. 

Não se trata apenas do planejamento, mas, especialmente, do desejo pelo bebê. Saber se a gestação foi previamente planejada (de forma consciente, pelo menos) ajuda a ampliar o olhar para a mulher e sua relação com a gestação e as pessoas ao seu redor.

Além disso, a cultura familiar deve ser sempre levada em consideração. Uma família muito conservadora, por exemplo, pode não receber bem a notícia de uma gestação fora de um casamento, o que pode gerar angústia na pessoa que será mãe ou pai.

  1. Rede de apoio

A rede de apoio pode ser um fator de risco, mas também um fator de proteção contra a depressão. Infelizmente, a rede de apoio pode ser mais invasiva que acolhedora e sugerir, por exemplo, mesmo que na melhor das intenções, o desmame quando o processo de amamentação é difícil, ou ainda, fazer questionamentos que deixam a mãe ainda mais insegura, com a sensação de que não está fazendo as coisas da maneira correta. 

É possível fazer um trabalho com a família, e a rede de apoio de uma nova mãe, de forma preventiva em relação a um possível caso de depressão dessa mulher, ou aconselhar um afastamento quando se observa que a rede de apoio é mais invasiva que acolhedora. E ainda orientar a gestante sobre a formação de sua rede de apoio, entendendo qual o papel de cada um dos membros dessa rede.

  1. Relacionamento conjugal

Independentemente do status do relacionamento do casal, podem existir fatores que dificultam a relação dessas pessoas e são fatores de risco para uma depressão perinatal. Há casos em que o homem questiona a paternidade, em que o casal enfrenta crises na relação ou que essas pessoas têm dificuldades de comunicação. Esse é um fator importante que pode proteger ou colocar a mulher risco de depressão.


  1. Assistência obstétrica recebida

A assistência tanto na gestação, como no momento do parto ou do puerpério pode ser um fator desencadeador de uma depressão. Algumas pacientes podem levantar questões em relação a comentários gordofóbicos do médico durante a gestação, podem mencionar um caso de assédio ou sofrer violência obstétrica. 

A depressão pode acontecer mesmo que a mulher receba uma assistência humanizada, já que a paciente pode ter a perspectiva de que aquela experiência no parto não foi positiva, ou pode sofrer com o luto caso passe por um aborto ou pela perda do bebê. Cabe ao profissional da parentalidade acolher, ouvir a paciente e compreender a sua vivência. E ainda é preciso levar em consideração que um dos grandes riscos para a Depressão Perinatal é a frustração, a desilusão com a maternidade, em especial, com o choque da realidade puerperal tão diferente da expectativa, propagada em nossa cultura, como apontou Alessandra Arrais em sua tese, em 2005.


  1. Intercorrências

Ter problemas físicos ou psicológicos na gestação, no parto, pós-parto ou no desenvolvimento infantil pode favorecer o surgimento de um quadro de depressão. 

O bebê foi para a UTI após o parto? Ou, a mulher teve dificuldades em amamentar? Esses são exemplos de aspectos caracterizados como intercorrência, que podem desencadear a depressão e devem ser acompanhados.


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